terça-feira, 21 de agosto de 2012

Com esta charge é possível identificar o que o autor Derrick de Kerckhove, em seu livro A Pele da Cultura, esta se referindo ao colocar que "os computadores deram-nos poder sobre o ecrã e permitiram-nos a personalização do tratamento de informação. Não é o mundo que se esta a tornar global, somos nós".
Assim quando o menino diz:  "ela imprime enquanto você digita", endende-se que a partir de suas informações sobre o computador, ele redefina personalizando, por ter uma visão "digital de mundo", a concepção de utilidade da máquina de datilograr, tendo assim uma percepção completamente diferente da concepção anterior dessa era digital sobre a utilidade da mesma.
O que também releva essa ideia de que, não é o mundo que esta se tornando global, e sim nós que somos, pois com a tecnologia, nossa percepção de mundo se transforma, por estarmos inseridos nesse novo "senso comum" que é o processo digital.

domingo, 19 de agosto de 2012

Eu sou a Terra a olhar para si própria






No capítulo final de seu livro A Pele de Cultura, Derrick de Kerckhove, descreve suas sensações e sentimentos ao observar pela primeira vez uma imagem da Terra fotografada do espaço. A experiência que lhe trouxe uma "emoção fantástica e um sentimento de ternura e espanto" também carrega um anúncio profético: "um novo ser humano está a nascer." 
Ao combinar sua vivência com suas análises sobre as tecnologias e os seus efeitos na vida humana, Kerkhove afirma que a fotografia da Terra transformou a percepção do homem no que se refere a sua identidade e aos limites de seu "eu". O planeta que antes era uma "bola redonda suspensa no espaço" ilustrado em livros de escola, agora, visto através de uma fotografia, se transforma na Terra que mediante a imensidão do universo escancara as contradições do antropocentrismo.
Para Kerckhove, ver a Terra revelou a paradoxal sensação de "estar contido". A existência humana já não se faz somente dentro dos limites físicos de um corpo material, o homem passou a se ver como parte de um planeta e o planeta passou a fazer parte dele. A fotografia como extensão técnica das percepções humanas revelou: somos todos um, nas palavras de Kerckhove, "eu sou a Terra, eu e toda a gente." Evidencia-se a perda das fronteiras entre o eu e o meio ambiente e a relação humana com a natureza que antes dava-se de maneira frontal, dual e antropocêntrica, agora, revela-se a partir da interdependência, da conectividade e da percepção ecológica/ecossistêmica.
Essa redefinição da realidade humana e de sua relação com o meio-ambiente está intimamente ligada as suas experiências com as tecnologias de informação e comunicação. Nessa nova concepção identitária é revelada uma nova percepção da existência em que o homem não se concebe como separado do todo e torna-se uma "pessoa mais abrangente". Nesse sentido, como afirma Kerckhove, "o homem renascentista já não é o modelo", surge um novo ser humano e uma nova sensibilidade e, nas palavras de Maffesoli, para esse homem "não é mais a razão universal que vai servir como padrão." Desse forma, para pensar essas transformações paradigmáticas possibilitadas pelas novas tecnologias, busco as reflexões e contribuições da ecosofia "conhecimento que renasce [...] e que ainda não sabe como nomear-se [...] e que nesses diversos elementos que formam a verdadeira cultura, não são mais a separação e o corte que prevalecem, muito pelo contrário, o que subjetivamente se capilariza nas práticas cotidianas é a preocupação com a conjunção. O corpo e o espírito intimamente mesclados. O materialismo e o misticismo não mais como opostos. [...] É esse o âmago dessa ecosofia que está em pauta." (Maffesoli, 2010)

DERRICK, Kerckhove de. A pele da cultura. Portugal. Relógio D’ Água Editores. 1997. 
MAFFESOLI, Michel. Saturação. Trad. Ana Goldberger. São Paulo: Iluminuras, Itau Cultural, 2010.


Talita do Lago 

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Plano de trabalho para o artigo:
 Os meios de comunicação como alternativa para a superação da crise escolar


A partir das leituras dos livros: “Os meios de comunicação como extensões do homem” de Marshall Mcluhan e “A Pele da Cultura” de Derrick de Kerckhove, juntamente com as discussões realizadas pelo grupo sobre a temática mídia e educação, podem ser ressaltados como aspectos relevantes as concepções expressas em ambos os autores sobre as inflências da mídia, em nossos comportamentos, ou seja, as formas como: agímos, nós vestímos, consumimos, e nós relacionamos. Influências tão brutais que acabam se tornando impossível a separação entre o homem e a mídia, ou tecnologia, por isso esta se torna extensão do homem.
Kerckhove ao descrever sobre sua experiência ao ser monitorado tendo todas suas sensações ao ver imagens captadas por aparelhos que integrados a fios e ligados a máquina, esta que seria capaz de realizar o monitoramento, demonstrou exatamente essa característica dos meios de comunicação, nesse caso as imagens, como extensões do homem, pois mesmo com as preocupações que ele sentiu, acreditando que não soube marcar com precisão as imagens que mais lhe agradavam e as sensações que elas o proporcionavam, os aparelhos que o monitoravam, captaram suas reações, e assim a cada imagem, cada sensação pode ser visualizada com o auxílio da máquina.
Mesmo que inconscientemente, mesmo que não seja perceptível por nós, nosso corpo esta respondendo aos estímulos das mídias, das tecnologias, talvez seja esse o motivo da dificuldade que sentimos em nós concentrar quando algum aparelho seja este; tv, rádio, computador entre outros, está ligado perto de nós, pois estamos respondendo a estímulos mesmo que involutariamente.
Tendo como base essas questões iniciais, podemos constatar que os meios de comunicação, que por sua vez sofrem cada vez mais constantes transformações, devem ser analisados tendo em vista a importância que eles exercem na atualidade, e ate mesmo para entender, ou se for o caso críticar as suas decorrentes limitações. Críticas que devem ter embasamento, não existindo espaço para argumentação do tipo “a televisão é um mal, pois as pessoas deixam de ler e assim de pensarem por si próprias”, argumentos desse gênero além de ultrapassados não mudam em nada, pois os comportamentos dos indivíduos e suas relações se transformaram em virtude dos meios de comunicação, com isso esse tipo de crítica acaba por descredibilizar o comportamento dos indivíduos e suas relações decorrentes.
Eis o ponto crucial da questão, pois a educação escolar também descredibiliza os meios de comunicação, e isso so faz aumentar o distanciamento existente entre o conteúdo apresentado pelos professores e a realidade do eduacando. Isso porque os meios de comunicação que são tão utilizados principalmente pela nova geração como internet e televisão, são rechaçados pelo ambiente escolar. Mesmo existindo as chamadas TVs pendrive nas escolas, estas ainda são utilizadas como exemplos, como recursos para reforçar o que está escrito no livro, como se a TV fosse um complemento do livro e não um meio de comunicação para o aprendizado.
Com isso os problemas da educação escolar só fazem por aumentar e a crise da educação fica cada vez mais difícil de ser superada. Com relação a esse aspecto de crise, o autor Kerckhove entende que a crise é um momento em que existem julgamentos, que por sua vez dão oportunidades para mudanças. Assim podemos concluir que a crise da educação pode ser resultado de uma não mudança de um não julgamento, sobre a realidade vivenciada com os meios de comunicação em alta e a forma como ela pretende “transmitir” conhecimentos desconsiderando esses meios de comunicação.
É óbvio que existem vários fatores que influenciam na crise da educação principalmente no caso brasileiro, fatores econômicos, estruturais, culturais e sociais, mas, considero como sendo importante analisar a crise da educação tendo como motivo a sua não adequação perante as mudanças que ocorreram e vem ocorrendo por causa dos meios de comunicação, ou seja a educação permanece estática, os comportamentos e as relacionamentos dos indivíduos se transformaram em virtude dos meios de comunicação, mas, a forma como a educação, como a Instituição escolar  tenta transmitir os conteúdos, o conhecimento, permanece a mesma.
Com essas constatações o tema para o meu artigo é: Os meios de comunicação como alternativa para a superação da crise escolar. Uma das questões essenciais é: Por que a educação escolar não aderiu, ou não ve credibilidade para que os meios de comunicação possam ser utilizados para transmissão de conteúdos de ensinamentos?  
Assim em um primeiro momento serão analisadas as questões relativas à crise da educação, tendo em vista analisar muito mais seu caráter de distanciamento entre o conteúdo e os comportamentos dos indivíduos em relação as tranformações decorrentes dos meios de comunicações, do que os fatores relativos a problemas sociais.
Em um segundo momento serão analisados as concepcões dos autores Mcluhan e Kerckhove, sobre como os meios de comunicaçào estão presentes em nossos comportamentos, como somos influenciados e por isso estamos como segundo o autor Kerckhove, ligados uns aos outros por acontecimentos tão globais como o tempo, ou seja, mesmo com as especificidades individuais os meios de comunicação reforçam os laços coletivos, expressos pelos meios globais de comunicação.
Num terceiro momento serão analisadas as questões relativas a concepções de outros autores sobre a importância da utilização dos meios de comunicação para a educação escolar, e como a instituição escolar necessita transformar sua maneira de compreender os meios de comunicação, por serem extensões do homem.
E por fim como a escola pode utilizar de meios de comunicação para transmissão de conteúdos e ensinamentos, tendo como exemplo a própria  TV pendrive.



REFERÊNCIA BOBLIOGRÁFICA:
KERCKHOVE, Derrick de: A Pele da Cultura. Santa Maria da Feira: Relógio D’Água, 1997.
MCLUHAN, Marshall: Os meios de comunicação como extensões do homem. 5 ed. São Paulo: Cultrix, 1964.