quinta-feira, 21 de junho de 2012

Experiência com a televisão no ensino de Sociologia
 Fernando Augusto Violin
     Tendo como base as análises da experiência de estágio quando eu graduava o curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina, pretendemos compreender através desse projeto as percepções dos estudantes provocadas pela experiência de ensino de Sociologia através de recursos audiovisuais utilizados pela TV Pendrive na sala de aula de uma escola pública em Londrina/PR.
     A TV Pendrive é um projeto da Secretaria de Estado da Educação do Paraná que prevê televisão de 29 polegadas para as 22 mil salas de aula da rede estadual de educação – com entradas para VHS, DVD, cartão de memória, pen drive e saídas para caixas de som e projetor multimídia.[1] Pela experiência no estágio e pelos depoimentos de professores que encontramos, seu uso já anda prejudicado quando a tv não funciona corretamente, não lendo certos tipos de arquivos, ou quando lê, trava as imagens e o áudio. Além do que, numa sala grande com uma quantidade numerosa de estudantes, a possibilidade de todos visualizarem as imagens e ouvirem o áudio perfeitamente é pequena.
      Desde a inauguração do projeto em 2008, vemos que o entendimento sobre a utilização da TV Pendrive nas salas de aula dividem os educadores desse processo em aqueles que acham favoráveis a utilização dela e aqueles que são desfavoráveis como uma ferramenta de ensino conservadora. No entanto, além de se posicionar em relação a essa mudança na sala de aula, devemos compreender o significado que essas novas tecnologias incorporadas no processo de ensino representam para os estudantes.
      Para tanto, começo perguntando que tipo de experiência perceptiva é vivenciada na sala de aula com a televisão? E ainda, essa experiência possibilita a criação de novos significados? E como ela é compartilhada? Talvez, através da exposição de imagens, sons e dos filmes que se relacionam com os conteúdos do ensino de Sociologia, causamos um maior impacto nas percepções dos alunos de modo a intensificar a experiência de ensino-aprendizagem.
       Em 2010, durante a regência de uma aula no colégio Polivalente com meus colegas, percebi que nos momentos que tratávamos de conceitos mais teóricos para explicar o processo de globalização o qual os eventos de cosplay fazem parte, misturando elementos de várias culturas pelo mundo como os Estados Unidos e Japão, alguns alunos perdiam a atenção no que estava sendo passado. A atenção e o interesse dos alunos com o conteúdo só aumentou no final da exposição quando mostramos fotos pela TV Pendrive dos eventos de cosplay. No final, todos olhavam para a TV, até os mais desinteressados na aula, uma vez que as fotos mostravam as pessoas fantasiadas de seus personagens favoritos, personagens dos jogos de vídeo-game, desenho animado ou filmes, próprios do universo juvenil.
No meu ponto de vista, o fato de estarmos falando dos eventos de cosplay chamou atenção dos alunos por ser um evento do universo juvenil, predominantemente. A escolha do tema para a aula foi um primeiro passo para falarmos num mesmo universo deles. Como também chamou a atenção deles o uso do recurso das fotografias para mostrar os eventos e o uso da televisão como um instrumento da aula expositiva. Como disse o professor Jeferson uma vez durante uma aula a qual eu acompanhava como estagiário no CEEBJA Herbert de Souza: “Os adolescentes estão na era da imagem”, sendo impossível expor uma aula no ensino médio, hoje, utilizando somente o quadro e o giz.
Ao ministrar uma regência sobre o uso de tatuagens e outras formas de modificações corporais na III Jornada de Humanidades do Colégio de Aplicação, a expressão de surpresa dos estudantes do ensino médio ao olharem para a primeira foto na TV Pendrive que mostrava um homem de uma cultura diferente furando o beiço, chamou-me a atenção. Praticamente homogênica a sonoridade de ohhhhhh!!!!!!!!!.  Isso mostra que novas formas de tecnologias inseridas no processo de ensino proporcionam outras maneiras de apresentar o conteúdo de ensino aos alunos, mediante uma nova forma de relação. Essa mudança nas salas de aula pareceu-me relevante de refletir, uma vez que o conhecimento educacional é conseqüência dela. 



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